quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Cientistas dizem ter identificado a causa física da depressão no cérebro

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Cientistas dizem ter identificado a causa física da depressão no cérebro

Resultado de imagem para depressão causa física

A região do cérebro que serve de fonte da sensação de depressão acaba de ser identificada com novos dados de ressonância magnética. Essa é apenas a última prova de que a depressão não é apenas uma “coisa da sua cabeça”, como algumas pessoas gostam de repetir.
Cientistas observaram os cérebros de mais de 900 pessoas, e os resultados sugerem que a sensação de perda e de baixa autoestima estão ligadas ao funcionamento do córtex orbitofrontal – região associada com a integração sensorial, expectativas e tomada de decisões.


“Nossa descoberta, aliada aos dados que coletamos ao redor do mundo, nos permite localizar as raízes da depressão, o que poderia abrir novas postas para tratamentos terapêuticos para esta doença horrível no futuro próximo”, explica o psiquiatra Jianfeng Fend, da Universidade de Warwick (Reino Unido) e da Universidade Fudan (China).
Para isolar os mecanismos cerebrais envolvidos na depressão, a equipe de Feng recrutou 909 pessoas na China para passar por ressonâncias. Desse grupo, 421 tinha diagnóstico de depressão, enquanto o restante (488) não tinha depressão.

Menos memórias felizes

Os exames mostraram que a depressão está relacionada à atividade neuronal de duas porções diferentes do córtex orbifrontal: a parte mediana e lateral. A porção mediana se torna ativa quando recebe recompensas. Em outras palavras, quando algo acontece, ela fica ativa, e nos sentimos bem com isso.
Mas os pesquisadores descobriram que participantes com depressão apresentaram conexões neuronais mais fracas com o sistema de memória do hipocampo. As implicações disso ainda não estão claras, mas isso poderia significar que pessoas com depressão têm mais dificuldade em acessar e relembrar memórias felizes ou positivas.

E mais autopunições

Além disso, pacientes com depressão também apresentaram conexões neuronais mais fortes ao redor do córtex orbifrontal lateral – que está envolvido nos processos de não-recompensa, ou seja, de punições.
Essas conexões fortes estavam ligadas a partes do cérebro como o precuneus – que está envolvido na noção de si mesmo – e com o giro angular, que é responsável por recuperar memórias e atenção.
Tudo isso sugere que pessoas com depressão sentem mais facilidade em reviver experiências negativas e mais dificuldade em se sentir bem consigo mesmo.
Ao comparar os pacientes depressivos que usavam medicamentos para a doença e aqueles que não usavam, foi possível observar que o medicamento enfraquece a conexão que dá ênfase às experiências negativas. Isso significa que os antidepressivos realmente têm um efeito positivo para o cérebro.
Quanto mais entendemos sobre os mecanismos da depressão, melhor poderemos desenvolver tratamentos eficazes para esta doença. [Science Alert]

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Um novo planeta anão foi descoberto em nosso sistema solar

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Um novo planeta anão foi descoberto em nosso sistema solar

Newly discovered 2014 UZ224 joins a growing list of dwarf planets: Haumea, Makemake, Eris, Pluto and Ceres, shown above.
Concepção artística

Cientistas identificaram um novo planeta anão no sistema solar, a cerca de 13,6 bilhões de quilômetros de distância do sol. Para efeito de comparação, a maior lua de Plutão, Caronte, atinge uma distância máxima de cerca de 7,3 bilhões de quilômetros do sol.
O objeto, conhecido como 2014 UZ224, leva 1.100 anos para completar uma única órbita ao redor da estrela, e poderá em breve se juntar às fileiras dos cinco planetas anões reconhecidos do nosso sistema: Ceres, Eris, Haumea, Makemake e Plutão.
Enquanto o caminho orbital exato de 2014 UZ224 ainda não seja claro, os cientistas por trás da descoberta pensam que ele é o terceiro objeto mais distante no sistema solar.

A descoberta

O planeta anão foi descoberto por uma equipe de estudantes de graduação liderados pelo físico David Gerdes, da Universidade de Michigan, nos EUA.
Ele foi detectado a partir de um enorme mapa de galáxias criado para um projeto chamado de Dark Energy Survey. Essa pesquisa fornece informações relevantes para o estudo da energia escura. Os mapas também já foram utilizados para estudar a matéria escura e para encontrar objetos anteriormente não identificados.
Parte do Dark Energy Survey inclui a tomada de imagens de pequenos pedaços de céu uma vez por semana. Enquanto estrelas e galáxias aparecem no mesmo lugar sempre, um objeto relativamente próximo da Terra orbitando o sol pode parecer se mover ao longo de uma ou algumas semanas.
A equipe usou um software de computador especializado para confirmar que o que eles estavam vendo era um único objeto – algo que levou anos.
“Nós muitas vezes só temos uma observação da coisa, em uma noite”, disse Gerdes. “E, em seguida, duas semanas mais tarde uma outra observação, e, em seguida, cinco noites depois, outra observação, e quatro meses mais tarde uma outra observação. Então, o problema de conectar os pontos é muito desafiador”.

Planeta anão ou não, eis a questão

A descoberta foi confirmada pela União Astronômica Internacional, mas se o objeto irá ou não ser considerado um planeta anão do nosso sistema solar é outra questão.
Ambos 2014 UZ224 e um outro planeta anão descoberto em julho, chamado 2015 RR245, tecnicamente atendem os critérios para serem considerados planetas anões. A distinção mais importante é que seja grande o suficiente para se tornar redondo devido à sua própria atração gravitacional.
O notório “assassino de Plutão”, Mike Brown, astrônomo do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA, explica que podemos supor que qualquer coisa maior que 400 km de diâmetro no Cinturão de Kuiper é redondo, e, portanto, poderia qualificar-se como um planeta anão. Estima-se que 2014 UZ224 tenha um diâmetro de cerca de 530 km.
Mas por que os astrônomos se preocupam com o formato do objeto? Segundo Brown, a capacidade de um objeto de fazer a transição de uma forma irregular para uma redonda torna mais propenso que ele tenha propriedades que os astrônomos queiram estudar, como processos geológicos e planetários interessantes ocorrendo dentro dele.

Desafios

A parte complicada é que a classificação de planetas anões é relativamente nova – foi criada em 2006, com a proposta de Brown para rebaixar Plutão – e pode ser um pouco subjetiva.
Vai depender da União Astronômica Internacional decidir se 2015 RR245 e 2014 UZ224 passarão pelo corte oficial.
É possível que alguns astrônomos argumentem que o objeto recém-encontrado é muito pequeno para ser considerado um planeta anão. O menor objeto no sistema solar que ganhou esse título foi Ceres, com 950 km de diâmetro.
Embora apenas cinco planetas anões sejam oficialmente reconhecidos, pensa-se que poderia haver centenas de outros à espreita no Cinturão de Kuiper, a região além da órbita de Netuno, repleta de cometas, asteroides e pequenos organismos planetários.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Homem britânico pode ser a primeira pessoa curada do HIV

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Homem britânico pode ser a primeira pessoa curada do HIV

hiv
Um assistente social britânico de 44 anos de idade é possivelmente a
primeira pessoa na história a ser curada do HIV.

Um assistente social britânico de 44 anos de idade é possivelmente a primeira pessoa na história a ser curada do HIV.
Cientistas de cinco universidades do Reino Unido aplicaram uma terapia experimental no paciente, e afirmam que o vírus está agora completamente indetectável no seu sangue.

O homem, de Londres, parece livre do vírus depois de receber uma vacina para ajudar seu sistema imunológico a detectar células infectadas e, em seguida, tomar o medicamento Vorinostat para ativar as células infectadas latentes que normalmente não são “pegas” por tratamentos padrão.

Depois disso, foi apenas uma questão de deixar as partes saudáveis do seu sistema imunológico matarem todo o HIV, teoricamente eliminando qualquer chance do vírus voltar.

O estudo

A equipe está conduzindo testes em 50 pessoas. Atualmente, as terapias antirretrovirais têm como alvo as células T (células do sistema imunológico) altivas que estão infectadas com o HIV, mas não podem alvejar células T latentes. Isto significa que o paciente continua a reproduzir o vírus.
“Esta terapia é projetada especificamente para limpar o corpo de todos os vírus do HIV, incluindo os dormentes”, explica a professora e médica Sarah Fidler, da Imperial College London.
Ao trabalhar em duas fases, o novo tratamento consiste da já mencionada vacina para ajudar o corpo a reconhecer as células infectadas com o HIV, e da droga Vorinostat para ativar as células dormentes, o que o torna muito mais eficiente em direção a uma verdadeira cura da condição, ao invés de apenas gerenciá-la.

Cinco anos

Apesar da boa notícia, os pesquisadores foram muito claros ao salientar que há um longo caminho a percorrer antes de poderem dizer que essa terapia é a cura da AIDS.
O assistente social britânico é apenas o primeiro de 50 pacientes a terminar o estudo, e vai ter que esperar meses para confirmar se o HIV não está mais em seu sistema, realmente. Há também uma chance de que doses de medicina convencional estejam contribuindo com sua aparentemente boa saúde.
E, mesmo se tudo correr bem nesta primeira experiência, os testes irão continuar por mais cinco anos.

Ainda assim, os resultados são promissores. Um coquetel de drogas como este é relativamente simples em comparação com tentativas mais elaboradas de matar ou neutralizar o HIV, como terapia genética. Se o tratamento de fato eliminar todos os obstáculos necessários e o vírus não evoluir para resistir ao medicamento, a doença não vai mais representar uma ameaça tão grave quanto foi em décadas passadas. [Gizmodo,Engadget]

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Cães foram domesticados duas vezes em regiões distintas, diz estudo

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/06/1777736-caes-foram-domesticados-duas-vezes-em-regioes-distintas-diz-estudo.shtml



Cães foram domesticados duas vezes em regiões distintas, diz estudo



Cães foram domesticados duas vezes em regiões distintas, diz estudo

Cães foram domesticados duas vezes em regiões distintas, diz estudo


Uma combinação de dados arqueológicos com novos estudos de material genético indica que de fato o cão é o melhor amigo do homem: ele teria sido domesticado não apenas uma vez, mas duas vezes em regiões distintas do planeta.
A relação entre cães e humanos vêm de longa data. O estudo comparou DNA de cães europeus que viveram entre 14.000 a 3.000 anos atrás, e decifrou o genoma de um deles em particular, que viveu em Newgrange, um sítio arqueológico na Irlanda, há 4.800 anos.
A comparação também envolveu genomas de lobos –o ancestral dos cães– e cachorros modernos, tanto da Eurásia ocidental como do leste da Ásia. O material genético de 605 cães modernos de 48 raças de todo o mundo foi vasculhado
O estudo foi feito pela equipe chefiada por Laurent A. F. Frantz e Greger Larson, da Universidade Oxford, Reino Unido, e Daniel G. Bradley, do Trinity College Dublin, Irlanda, e está publicado na edição de hoje da revista científica americana "Science".
Como o lobo é comum na Eurásia –o megacontinente reunindo Europa e Ásia–, existem evidências de que sua domesticação poderia ter acontecido na Europa, na Ásia central, ou no seu extremo oriente.
Os resultados indicaram a possibilidade de duas domesticações caninas na pré-história.
Os autores do estudo apresentaram a hipótese de que "duas populações de lobos geneticamente diferenciados e potencialmente extintos na Eurásia do leste e do oeste podem ter sido independentemente domesticados antes do advento da agricultura assentada. A população oriental então se dispersou para oeste junto com os humanos em algum momento entre 6.400 a 14.000 anos atrás, para a Europa Ocidental, onde eles
parcialmente substituíram uma população paleolítica de cães indígena", escrevem os autores na "Science".
Fósseis de cão achados na Alemanha podem ter 16.000 anos, indicando que já se domesticava o cão na Europa antes da chegada de seus primos asiáticos.
A enorme variedade de raças caninas tende a ofuscar essa divisão entre animais da Europa e Ásia, pois muitos são parecidos. Mas os dados genéticos mostram que um pastor alemão ou um cocker spaniel inglês são primos bem distantes de raças asiáticas como o Shar Pei ou o mastim tibetano. Já raças como o Samoyeda e o Husky siberiano mostram uma mistura dos genes "europeus" e "asiáticos".
"A variação no tamanho, forma e cor do cão é surpreendente, e é um testemunho do poder da seleção. Desde que os humanos realmente enlouqueceram assumindo um controle extremo da criação de cães e selecionando para características estéticas, a variação nos cães é um reflexo do nosso fascínio com a novidade e aparências extremas. Mas é realmente apenas a seleção", disse um dos autores, Larson, para a Folha.
"Eu não tenho um cachorro agora, mas cresci com um doberman pinscher, um afghan, e um mastim inglês, e meus pais hoje têm um pug. Eu sou fã de todos cachorros (ou pelo menos da maioria) e particularmente gosto dos grandalhões preguiçosos e desajeitados", afirma o pesquisador. 

Ciência, a última esperança para a 'menina lobo' de Bangladesh

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/06/ciencia-ultima-esperanca-para-menina-lobo-de-bangladesh.html

02/06/2016 10h08 - Atualizado em 02/06/2016 10h08

Ciência, a última esperança para a 'menina lobo' de Bangladesh

Família recorreu a curandeiros e religiosos para eliminar pelos.
Agora, menina de 12 anos passa por tratamento em hospital de Daca.

Da Agência Efe

A família de Bithi recorreu a curandeiros e religiosos para eliminar o manto de pelo que cobre o corpo da menina, mas foi em um hospital de Bangladesh onde vislumbrou a possibilidade de curar o que parece um provável caso de "síndrome do homem lobo".
Bithi Akhtar apresenta excesso de pelo no corpo (Foto: Reprodução/India Today)Bithi Akhtar apresenta excesso de pelo no corpo
(Foto: Reprodução/India Today)















Bithi, de 12 anos, já nasceu com muito pelo, mas este seguiu se propagando pelo rosto e pelo corpo. No ano passado surgiu um novo problema quando seus seios aumentaram de maneira desproporcional. Sua vida foi se tornando cada vez mais difícil.
Hoje sorri porque seus pais pediram um empréstimo para levá-la à capital Daca, onde não só encontrou uma equipe de médicos que sabe como combater sua atípica doença, mas também a ajuda solidária que necessita para fazer frente ao custoso tratamento.
"O futuro só pode ser melhor. Quero voltar a estudar e ter uma vida normal", disse a menina à Agência Efe em um quarto do Hospital Universitário Bangabandhu Sheikh Mujib de Daca, no qual está internada.
Bithi tem dificuldade de pronunciar as palavras. A timidez e enormes gengivas superiores que cobrem completamente seus dentes a atrapalham, mas agora está contente porque seu rosto começa a perder a lanugem graças a uma primeira sessão de laser.
A jovem está há semanas se submetendo a exames que determinarão se sua doença está mesmo vinculada à 'síndrome do homem lobo', ou hipertricose. Enquanto isso, se prepara para enfrentar uma série de intervenções cirúrgicas e 20 sessões de tratamento laser que lhe manterão quase dois anos entre especialistas.
"As pessoas estão sendo fenomenais conosco. Nunca teríamos podido arcar com tudo, mas, entre o hospital e as doações, nossa menina poderá ser operada", comentou à Efe, cheio de satisfação, o pai de Bithi, Abdur Razzak, que ganha a vida como motorista em um povoado do distrito central de Tangail.
Abdur teve tudo claro desde o princípio. Muito pior que a espessa lanugem que cobria sua filha, foram seus seios, de 2,5 quilos cada um, que apareceram no ano passado, que lhe causam fortes dores e, enfim, lhe obrigaram a abandonar o colégio.
As gengivas superiores lhe incomodam, mas não lhe impedem comer e a menina inclusive brinca que gosta muito de carne, que pode mastigar porque seus dentes inferiores não estão cobertos.
"Os médicos nos disseram que tudo correrá bem. Se Alá quiser, tudo melhorará. Isto vai nos dar tranquilidade", comentou Abdur, acompanhado de sua esposa, Beauty, e dos outros dois filhos do casal, que brincavam junto com sua irmã Bithi na cama do hospital.
Segundo o médico Shahjada Selim, responsável pelo Departamento de Endocrinologia do centro, a menina se submeterá a cirurgias nas gengivas e seios nos próximos dias e a eliminação da lanugem está sendo realizada através de um centro especializado.
O custo total das operações, acrescentou Selim, ronda os US$ 12.000, sendo que parte desta quantia está sendo bancada por doadores particulares, como uma empresa de Bangladesh e cidadãos bengaleses residentes no exterior.
"A mutação genética sofrida pela paciente foi intrauterina. Tem quase todos os sintomas da 'síndrome do homem lobo', exceto o problema das gengivas, que é algo insólito, detalhou o médico.
O caso da "menina lobo" lembra o de seu compatriota Abul Bajandar, um jovem afetado pela estranha doença do 'homem árvore' que passou uma década visitando curandeiros e supostos especialistas até que, meses atrás, foi internado em um hospital de Daca.
Os cirurgiões já conseguiram extirpar algumas das verrugas com aparência de cascas de árvore que Abul tem nas mãos e nos pés. Agora é a vez de Bithi, que conta os dias para que sua vida volte a ser o mais normal possível.

sábado, 9 de abril de 2016

Escutar som da mastigação pode ajudar a comer menos, diz estudo

http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/04/escutar-som-da-mastigacao-pode-ajudar-comer-menos-diz-estudo.html

09/04/2016 11h08 - Atualizado em 09/04/2016 11h08

Escutar som da mastigação pode ajudar a comer menos, diz estudo

Pesquisa de universidade nos Estados Unidos fez experimentos que mostram que quanto mais nos 'entretermos' com os barulhos que fazemos ao mastigar, menos ingerimos.

Da BBC


Pode parecer estranho, mas uma pesquisa recente sugere que prestar atenção aos sons que fazemos quando mastigamos pode interferir na quantidade de alimento que ingerimos.
Pesquisadores da Universidade Brigham Young e da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, fizeram um estudo para analisar esse efeito.
Eles concluíram que quanto mais nos "entretemos" com os barulhos que fazemos ao mastigar, menos comemos.
Quando vamos ao cinema, por exemplo, e compramos uma pipoca, em geral devoramos o pacote em poucos minutos.
Nosso cérebro está "distraído" com o filme e isso faz com que comamos tudo sem perceber.
O mesmo costuma acontecer quando se come vendo televisão ou quando se compartilha uma refeição com amigos em uma conversa animada.
"É comum não repararmos no som que emitimos quando estamos comendo, mas prestar atenção nisso pode ajudar a reduzir o consumo dos alimentos", explica Ryan Elder, um dos autores da pesquisa, que foi divulgada pela publicação científica Food Quality and Preference.
'Sinal sensorial'
Muitas vezes se presta atenção na aparência, no cheiro ou no gosto da comida, mas não muito no som que ela faz quando a mastigamos.
Gina Mohr, também autora do estudo, reforça que os sons são "um sinal sensorial importante" da experiência culinária.
Os pesquisadores chamam de "sons alimentícios" os barulhos que produzimos ao mastigar e triturar a comida que ingerimos.
O problema, segundo Elder e seus colegas, acontece quando outros sons "mascaram" esses ruídos que nos ajudam a ser mais conscientes quanto ao que comemos.
Para averiguar o alcance desse fenômeno, os cientistas fizeram três experimentos analisando o que chamam de "proeminência do som na alimentação".
Um deles mostrou que as pessoas comem menos quando o som da comida é mais intenso.
Para investigar essa relação, os pesquisadores deram fones de ouvido aos voluntários para controlar o volume em que escutavam seus ruídos ao mastigar alguns pretzels.
"Descobrimos que quanto mais alto era o som da mastigação, menos os participantes comiam", disse Mohr à BBC.
Segundo Mohr, "escutar o som dos alimentos nos lembra que estamos comendo". "É um indicador natural que estamos participando do processo alimentício e isso nos ajuda a comer mais conscientemente", diz.
Situações sociais
O mesmo acontece na situação inversa.
"Quando você mascara o som dos alimentos, como quando vê televisão enquanto come, ignora um dos sentidos. Isso pode fazer com que coma mais do que comeria normalmente", diz Elder.
"Pode ser que os efeitos não pareçam ser tão grandes (os voluntários comiam um pretzel a menos em média ao escutar os sons), mas ao longo de uma semana, um mês ou um ano, eles se acumulam."
Por isso, segundo Mohr, é aconselhável, na medida do possível, reduzir os ruídos ao nosso redor enquanto comemos.
"Há situações sociais que nos fazem moderar o volume da mastigação e sermos mais cuidadosos com os ruídos que fazemos para comer", diz. "O importante é prestar atenção a esse ruído, seja ele alto ou baixo."

Teletransporte (Nerdologia)