quinta-feira, 30 de julho de 2015

Grupo da UFSCar descobre fóssil de tatu gigante com mais de 2 m e 200 kg

http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2015/07/grupo-da-ufscar-descobre-fossil-de-tatu-gigante-com-mais-de-2-m-e-200-kg.html

30/07/2015 17h01 - Atualizado em 30/07/2015 17h03

Grupo da UFSCar descobre fóssil de tatu gigante com mais de 2 m e 200 kg

Animal pré-histórico viveu na América do Sul há cerca de 10 mil anos atrás.
Pampatherium, que significa animal dos pampas, foi encontrado na Bahia.

Do G1 São Carlos e Araraquara
Tatu tinha mais de 2 metros e passava de 200 quilos São Carlos (Foto: Reprodução/EPTV)Tatu possuía mais de 2 metros e passava acima de 200 quilos
(Foto: Reprodução/EPTV)


















Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) participou da descoberta do fóssil de um tatu pré-histórico gigante na Bahia. O Pampatherium (que significa animal dos pampas) era uma espécie encontrada na América do Sul e foi localizado na Chapada Diamantina (BA). O achado é a estrutura mais completa já encontrada do animal de dois metros e mais de 200 quilos que viveu há cerca de 10 mil anos atrás na América do Sul.

Os esqueletos de três animais da mesma espécie foram achados por um grupo de pesquisadores de São Paulo durante a exploração de uma caverna em fevereiro de 2014. Eles chamaram os especialistas da UFSCar para resgatar os fósseis, mas o trabalho não foi simples. Em alguns pontos da caverna, a equipe precisou trabalhar deitada.
“Fomos até o fundo da caverna trazendo esse material através de cordas e escadas que foram montadas no interior da caverna, pois estava em um local de difícil acesso. Ele provavelmente morreu e tombou lateralmente. Uma parte dele ficou soterrada no sedimento da caverna. Ao todo umas mil placas se desfragmentaram, elas acabaram se soltando do corpo do animal e também acabaram ficando no pavimento da caverna, soltas”, falou o paleontólogo da UFSCar, Marcelo Fernandes.

Características
De volta a São Carlos (SP), os pesquisadores montaram o esqueleto do animal, com exceção do casco que ainda será encaixado. As placas ainda estão guardadas em caixas e impressionam pela grandeza. Para se ter uma ideia, a maior espécie de tatu existente é a Canastra, que chega a medir um metro e pesar, no máximo, 90 quilos. Essa espécie ainda pode ser encontrada na América do Sul.
Fóssil foi encontrado em caverna na Bahia São Carlos (Foto: Reprodução/EPTV)Fóssil foi encontrado em caverna na Bahia
(Foto: Reprodução/EPTV)
Além do tamanho, a alimentação do Pampatherium não era como a dos outros tatus. “Através da análise dos dentes desses animais nós chegamos à conclusão de que eles se alimentavam principalmente de plantas e grama. Diferentemente dos tatus atuais que são principalmente onívoros e se alimentam de tudo: de insetos, carniça e algumas plantas”, explicou o doutorando da UFSCar, Jorge Felipe Moura de Jesus.

Antes dessa descoberta, o maior exemplar da espécie estava em uma universidade em Belo Horizonte (MG) e possui aproximadamente 60% da estrutura. O que foi encontrado na Bahia está bem mais completos: faltam menos de 10 ossos. “Ele vem a acrescentar muito à descrição morfológica da espécie. Então ele praticamente permaneceu em um estado de dormência por quase 10 mil anos, então isso vem acrescentar muito para a gente poder descrever uma nova espécie e talvez novas espécies, inclusive”, comentou Fernandes.

Pesquisadores tentam desvendar mistério de caixa lacrada há 4 séculos nos EUA

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/07/pesquisadores-tentam-desvendar-misterio-de-caixa-lacrada-ha-4-seculos-nos-eua.html

30/07/2015 08h41 - Atualizado em 30/07/2015 08h41

Pesquisadores tentam desvendar mistério de caixa lacrada há 4 séculos nos EUA

Objeto foi encontrado com ossadas de alguns dos primeiros colonizadores no país; conteúdo foi estudado com tomografias e impressora 3D.

Da BBC
 Caixa lacrada de prata foi encontrada com restos mortais de colonizadores  (Foto: AP)Caixa lacrada de prata foi encontrada com restos mortais de colonizadores
(Foto: AP)

















Foram dois anos de trabalho até que pesquisadores conseguissem identificar as ossadas de alguns dos primeiros colonizadores americanos, mortos 400 anos antes na localidade de Jamestown. Mas ainda havia um mistério: com os restos mortais, foi encontrada uma pequena caixinha de prata. Lacrada.
Como seria possível então estudar seu conteúdo sem romper o lacre e danificar o conteúdo? Novamente, a resposta foi o uso de tecnologia de ponta.
"Ela não podia ser aberta, então tivemos que descobrir um jeito de ver dentro dela sem abrir a caixa", diz James Horn, presidente da Jamestown Rediscovery.
Pesquisadores usaram tomografias computadorizadas para mapear o interior da caixinha e impressão 3D para estudar os objetos fisicamente.
Dentro da caixa, encontrada na cova do capitão Gabriel Archer, havia vários fragmentos de ossos e uma pequena ampola que, segundo os pesquisadores, podia conter água ou óleo bentos. Acredita-se que ela seja um relicário, provavelmente católico.
Com as imagens, os cientistas fizeram impressões em 3D e pintaram os ossos para saber como eram.
Mas, segundo Horn, a caixinha permanece um enigma.
Há uma letra "m" maiúscula inscrita na tampa na caixa. Ninguém sabe quem fez a inscrição e qual seu significado. "Seria o nome de um santo? Ou talvez tenha um significado pessoal?", indaga Horn.
 Tomografias computadorizadas permitiram ver o interior da caixa  (Foto: BBC)Tomografias computadorizadas permitiram ver o interior da caixa
(Foto: BBC)















Ossadas pertenciam a quadro líderes de Jamestown, a primeira colônia inglesa bem sucedida no Novo Mundo
"Essa caixa permaneceu em segredo por mais de 400 anos. Mas é possível, com a nova ciência e tecnologia, que algum dia descubramos o que ela está nos dizendo."
Identificação
A identificação das ossadas de quatro líderes de Jamestown (no Estado da Virgínia) - a primeira colônia inglesa bem sucedida no Novo Mundo - , foi anunciada na terça-feira pelo Instituto Smithsonian.
A pesquisa também revelou detalhes da vida, da morte e da importância da religião no assentamento de Jamestown, que fica a 130 quilômetros ao sul de Washington.
Tecnologia de ponta foi usada para ajudar na identificação de quadro líderes de Jamestown, a primeira colônia inglesa bem sucedida no Novo Mundo (Foto: Donald Hurbert/ Smithsonian Institution/ BBC)Tecnologia de ponta foi usada para ajudar na identificação de quadro líderes
de Jamestown, a primeira colônia inglesa bem sucedida no Novo Mundo
(Foto: Donald Hurbert/ Smithsonian Institution/ BBC)















Mas foram necessários dois anos de investigação e de técnicas modernas para identificar os ossos, que estavam em péssimo estado de conservação.
Os homens identificados são, além do capitão Gabriel Archer, o reverendo Robert Hunt, 'sir' Ferdinando Wainman e o capitão William West.
Eles foram figuras importantes na condução dos rumos de Jamestown entre 1607 e 1610, um período em que a colônia chegou perto do fim.
Os corpos exumados foram encontrados em novembro de 2013 e se sabia que eram de pessoas de status na comunidade, já que estavam enterrados em uma igreja - a mesma onde ocorreu o casamento entre Pocahontas, filha de um líder indígena que ficou famosa com o filme da Disney, e o explorador britânico John Rolfe.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Empresa britânica lança pijamas ‘antiflatulência’

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/07/empresa-britanica-lanca-pijamas-antiflatulencia.html


BBC
29/07/2015 12h31 - Atualizado em 29/07/2015 12h31

Empresa britânica lança pijamas ‘antiflatulência’

Fabricante diz que peças com material especial que segura odor são dirigidas a pessoas 'flatulentas' que têm de dividir cama e quarto com alguém.

Da BBC
Material especial usado em pijama 'antiflatulência' bloqueia passagem de gases e líquidos  (Foto: Shreddies/ BBC)Material especial usado em pijama 'antiflatulência' bloqueia passagem de
gases e líquidos (Foto: Shreddies/ BBC)















O slogan da companhia britânica Shreddies é "peide sem medo".
E não é para menos: a empresa alega que fabrica roupa de baixo que segura os odores naturais da flatulência e agora também lançou um pijama que promete o mesmo resultado.
A ideia, segundo a companhia, é manter você - e seu parceiro de cama ou quarto - feliz usando as roupas de um tecido feito com uma tecnologia especial.
A Shreddies diz que há muita ciência por trás de suas roupas. Os tecidos das calças de pijama e os jeans lançados pela empresa incluem um material à base de carbono chamado de Zorflex, que segura gases e líquidos em uma de suas camadas.
Este tipo de material é usado, com frequência, em roupas especiais para proteção contra produtos químicos e é capaz de parar odores 200 vezes mais fortes do que os flatos de uma pessoa normal.
No entanto, o Zorflex não abafa o som.
Relacionamentos
A Shreddies afirma que estas roupas foram criadas para pessoas que já sabem que sofrem com o problema de flatulência e querem melhorar seus relacionamentos.
Fabricante diz que peças são dirigidas a pessoas 'flatulentas' que têm de dividir cama e quarto com alguém (Foto: Shreddies/ BBC)Fabricante diz que peças são dirigidas a pessoas 'flatulentas' que têm de
dividir cama e quarto com alguém (Foto: Shreddies/ BBC)



















Richard Woolley, um dos gerentes da companhia, afirmou à BBC que o produto foi lançado depois de pedidos de pessoas que precisavam de ajuda.
"Um dos temas comuns do feedback (que recebíamos) era a necessidade de algo para proteger o usuário enquanto ele dormia, especialmente (quando ele está) em um novo relacionamento, em uma viagem de trabalho ou hospedado na casa de amigos", afirmou.
Em 2008 a Shreddies já tinha lançado cuecas e calcinhas para pessoas com problemas como síndrome do intestino irritável, gastrite, doença de Crohn, dispepsia e colite.
Mas a empresa britânica afirma que qualquer pessoa pode usar seus produtos.
"Desenvolvemos os produtos para qualquer um que precise de uma tranquilidade extra", disse Woolley.

Gosto musical revela como as pessoas pensam, diz estudo

http://g1.globo.com/musica/noticia/2015/07/gosto-musical-revela-como-as-pessoas-pensam-diz-estudo.html

29/07/2015 07h55 - Atualizado em 29/07/2015 07h55

Gosto musical revela como as pessoas pensam, diz estudo

Segundo pesquisadores da Universidade de Cambridge, pessoas 'sistemáticas' preferem punk e heavy metal; trabalho pode ter aplicações na indústria musical.

Da BBC


O gosto musical de uma pessoa pode dar pistas sobre a maneira como ela pensa, e vice-versa, segundo pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Publicado na plataforma Plos One, o estudo apontou que pessoas empáticas, com maior capacidade de se identificar com outra pessoa, preferiram músicas mais suaves, de baixa energia.
Já aquelas classificadas como "sistemáticas" – pessoas que procuram analisar padrões no mundo – optaram por punk, heavy metal e músicas em geral mais complexas.
Os pesquisadores afirmam que o trabalho pode ter implicações para a indústria musical.
Muitas pessoas tomam decisões instantâneas sobre músicas que gostam ou não gostam, mas cientistas afirmam que os mecanismos dessas preferências continuam pouco claros.
Pesquisa com ouvintes
Para investigar essa questão, pesquisadores recrutaram 4 mil participantes, que foram submetidos a diferentes testes.
Primeiramente, eles foram solicitados a preencher questionários com afirmações desenhadas para investigar se eram mais "empáticos" ou "sistemáticos".
Os participantes responderam, por exemplo, se tinham interesse por design e construção de motores de carro, e se eram bons em prever o sentimento das pessoas.
Depois, foram submetidos a 50 trechos curtos de músicas, de 26 estilos diferentes, e tiveram que dar notas de 1 a 10 para cada trecho.
Pessoas com alto índice de empatia tiveram maior inclinação a gêneros como R&B, soft rock e folk.
Por outro lado, quem se aproximou mais do perfil "sistemático" teve tendência a gostar da música de bandas de heavy metal e de jazz contemporâneo.
Participantes com altos índices de empatia se aproximaram de músicas como a versão de Jeff Buckley para Hallelujah, de Leonard Cohen, e Come Away with Me, de Norah Jones.
E quem foi identificado como "sistemático" teve maior conexão com músicas como Enter Sandman, do Metallica.
Ao avançar na investigação, pesquisadores descobriram que dentro de um mesmo gênero musical havia diferenças na intensidade e no estilo de música preferido por cada grupo.
David Greenberg, doutorando em Cambridge, sugere que esses achados podem ser úteis à indústria da música.
"No Spotify e na Apple Music, por exemplo, há muito dinheiro sendo gasto com algoritmos para escolher quais músicas você deverá gostar", afirma.
"E entendendo o estilo de pensamento de determinada pessoa, tais serviços poderão no futuro alinhar suas recomendações musicais a esses padrões."

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Espermatozoide de 50 milhões de anos é encontrado na Antártica

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/07/espermatozoide-de-50-milhoes-de-anos-e-encontrado-na-antartica.html

BBC
16/07/2015 08h15 - Atualizado em 16/07/2015 16h39

Espermatozoide de 50 milhões de anos é encontrado na Antártica

Espermatozoide pertence a família que inclui minhocas e sanguessugas; descoberta foi feita por acaso.

Da BBC
Acredita-se que espermatozóide seja o mais antigo já encontrado (Foto: Biology Letters/BBC)Acredita-se que espermatozoide seja o mais antigo já encontrado
(Foto: Biology Letters/BBC)















Especialistas descobriram um espermatozoide animal de 50 milhões de anos, o mais antigo já encontrado. A descoberta foi num casulo naAntártica.
O espermatozoide pertence a uma família que inclui minhocas e sanguessugas, segundo os pesquisadores do Museu Sueco de História Nacional.
Acredita-se que a descoberta, divulgada na publicação Biology Letters, seja 10 milhões de anos mais velha que o registro anterior.
Cientistas dizem que o esperma fóssil Clitellata é muito parecido com o esperma de vermes de lagostas, que se alimentam de matérias encontradas na parte externa do corpo do animal.
"Pode parecer que (a amostra) esteja preservada em detalhes perfeitos mas, no final, a estrutura em si está fossilizada", disse o paleontologista Benjamin Bomfleur, da equipe que fez a descoberta.
"Temos a forma exterior e a forma das células do espermatozoide preservadas. Podemos até ter uma formação anatômica interna das células do espermatozoide ainda preservada, mas não temos certeza sobre isso ainda."
"Mas, mesmo se a anatomia estiver preservada, o material que o compõe está alterado, então não é o material orgânico original que compõe o esperma passado dos animais."
A descoberta foi feita por acaso por Stephen McLoughlin, que integra a equipe de Bomfleur, enquanto ele analisava amostras de rochas da Antártica.
Segundo Bomfleur, ambos já haviam estudado casulos fossilizados e sabiam que eles poderiam conter micro-organismos.
"Analisamos os casulos com cuidado e os analisamos através de diferentes métodos microscópicos para ver se há alguma coisa dentro", diz. "Mas foi uma surpresa encontrar esperma."
A equipe quer, agora, analisar mais exames de casulos antigos, na perspectiva de que descobertas semelhantes podem ser feitas.
"Acreditamos que levantamentos de casulos antigos podem abrir uma janela única para a história evolutiva de uma gama de micro-organismos invertebrados que não têm registro fóssil", diz o artigo.

Dinossauro astro de 'Jurassic Park' teria penas e asas, aponta estudo

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/07/estudo-aponta-que-dinossauro-astro-de-jurassic-park-teria-penas-e-asas.html

16/07/2015 17h11 - Atualizado em 16/07/2015 17h17

Dinossauro astro de 'Jurassic Park' teria penas e asas, aponta estudo

Cientistas fizeram reconstrução de parente do velociraptor.
Fóssil descoberto na China é de maior dinossauro com asas descoberto.

Da France Presse
 Ilustração mostra como seria o dinossauro Zhenyuanlong suni, 'primo' do velociraptor, astro de 'Jurassic Park'  (Foto: Chuang Zhao/Divulgação)Ilustração mostra como seria o dinossauro Zhenyuanlong suni, 'primo' do
velociraptor, astro de 'Jurassic Park' (Foto: Chuang Zhao/Divulgação)
















Imaginado por cineastas como um animal de altura mediana, parecido com lagartos verdes e devoradores de homens, o velociraptor era, provavelmente, bem menor e dotado com asas, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira (16).
A pesquisa de um primo do velociraptor recém-descoberto, que recebeu o nome deZhenyuanlong suni, revelou que esses animais extintos provavelmente tinham grandes asas e eram cobertos de penas, de acordo com a pesquisa, que foi publicada na revista "Scientific Reports".
"O verdadeiro velociraptor não era um monstro escamoso verde como em 'Jurassic Park'", diz Steve Brusatte, da Universidade de Edimburgo, à AFP.
"O verdadeiro velociraptor parecia com oZhenyuanlong: um assassino com penas e assas".
Brusatte e sua equipe fizeram uma reconstrução fóssil do Zhenyuanlong, um dos parentes mais próximos do velociraptor, que viveu na província de Liaoning, no nordeste da China, cerca de 125 milhões de anos atrás.
Trata-se do maior dinossauro com asas descoberto até hoje.
 Esqueleto bem preservado do dinossauro Zhenyuanlong suni, descoberto na China  (Foto: Junchang Lü/Divulgação)Esqueleto bem preservado do dinossauro Zhenyuanlong suni, descoberto
na China (Foto: Junchang Lü/Divulgação)




















Zhenyuanlong tinha cerca de dois metros de comprimento do focinho à cauda, pesava cerca de 20 quilos e era carnívoro.
"O Zhenyuanlong é um dinossauro que se parece muito com um pássaro", afirmou Brusatte por e-mail à AFP - para além das garras afiadas em suas asas e uma boca cheia de dentes.
O fóssil chinês está tão bem preservado que se pode ver claramente diferentes tipos de penas, incluindo plumas semelhantes a pêlos e grandes penas nos braços.
Zhenyuanlong teria tido "penas densas" em suas asas e cauda, de acordo com a análise da equipe de cientistas.
"Isso levanta realmente um grande mistério: por que tal animal tinha asas?"
Provavelmente tais asas não serviam para o voo: o Zhenyuanlong era muito grande e seus braços muito curtos para permitir que levantasse voo.
A equipe especula que as asas eram utilizadas para exibição ou para proteger seus ovos no ninho.
 Steve Brusatte e Junchang Lü posam ao lado de fóssil do dinossauro Zhenyuanlong suni, da China  (Foto: Martin Kundrat/G1)Steve Brusatte e Junchang Lü posam ao lado de fóssil do
dinossauro Zhenyuanlong suni, da China (Foto: Martin Kundrat/G1)























"E, talvez, isso signifique que inicialmente as asas nem sequer evoluíssem para o voo, mas para outra função!", afirma Brusatte.
"Alguns anos atrás, acredito que a maioria dos paleontólogos diria que as grandes penas e asas evoluíram para o voo. Mas agora não tenho certeza".
Os cientistas já haviam observado pontos de fixação de pena nos braços dos fósseis de velociraptor, mas sem penas reais - o que não permitia saber o tipo ou tamanho das plumas que tinham, ou para que finalidade serviam.
"Tivemos sorte com Zhenyuanlong. Ele foi encontrado em uma área onde vulcões enterraram os dinossauros, preservando detalhes de suas penas", disse Brusatte.
"O Zhenyuanlong nos aponta como as penas de velociraptor provavelmente se pareciam... Ele teria penas como as do Zhenyuanlong e até mesmo grandes asas nos braços", afirma.
"Ele também seria muito menor do que os reconstruídos nos filmes".
"Um velociraptor real era um pouco menor do que o Zhenyuanlong", acrescenta Brusatte. "Teria o tamanho de um cachorro poodle!", garante.
Os paleontólogos acreditam que os primeiros pássaros apareceram há 150 milhões de anos e eram descendentes de pequenos dinossauros emplumados.

terça-feira, 14 de julho de 2015

O último macho do norte

http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2015/327/o-ultimo-macho-do-norte

O último macho do norte

Espécie de rinoceronte chega à triste marca de cinco exemplares vivos. Sudan, o único macho, pode ser um doador para inseminação artificial.
Por: Cássio Leite Vieira
Publicado em 14/07/2015 | Atualizado em 14/07/2015
O último macho do norte
Sudan, o último macho de rinoceronte-branco-do-norte. (foto: Érico Hiller)
A esplêndida foto que ilustra esta nota foi gentilmente cedida à CH pelo fotógrafo brasileiro Érico Hiller. Além da beleza do animal em si, nota-se a fantástica oposição entre o azul do céu e o verde do chão.
Mas há outro contraste subliminar na foto. Um que opõe resultados científicos admiráveis descritos, todo mês, nas notas desta seção – e prova da inegável aptidão da mente humana para produzir conhecimento – e a capacidade do mesmo H. sapiens de praticar atos inomináveis. Sudan, estampado aí abaixo, é infelizmente exemplo dessa segunda habilidade: ele é o último macho de rinoceronte-branco-do-norte. No planeta. Depois de vagar pela Terra por milhões de anos, essa espécie pode sumir. Fato triste? Não só. Vergonhoso para todos nós.
Por causa dos caçadores, Sudan, hoje com 42 anos, e dois outros rinocerontes-brancos-do-norte vivem vigiados por guardas armados 24 horas por dia, sete dias por semana. A ameaça a eles é a crença (sem fundamentação científica) da medicina asiática de que remédios feitos à base da queratina que forma seus chifres são afrodisíacos, curam reumatismo, câncer e até ressaca. O quilo, segundo reportagem do jornal britânico The Guardian (27/04/15), pode chegar a R$ 220 mil.
Sudan, hoje com 42 anos, e dois outros rinocerontes-brancos-do-norte vivem vigiados por guardas armados 24 horas por dia, sete dias por semana
O ‘azar’ dos rinocerontes-brancos-do-norte foi habitar países em que o H. sapiens promoveu guerras e genocídios. Hoje, só há cinco espécimes vivos, três deles (Sudan incluso) em Ol Pejeta, área de conservação no Quênia.
O cenário ideal é Sudan – que passou grande parte da vida em um zoológico – cruzar com Fatu ou Najin, as duas fêmeas que vivem com ele na reserva ecológica. Mas seis anos se passaram, e isso ainda não aconteceu. Um rinoceronte vive de 40 a 50 anos. A saída, segundo especialistas em conservação, será extrair sêmen de Sudan, fertilizar um óvulo e enxertar um embrião. E esperar que a inseminação artificial tenha sucesso.
Segundo números de The Guardian, em 1900, havia cerca de 500 mil rinocerontes na Ásia e África. Hoje, são aproximadamente 29 mil. Em 2011, morreu o último rinoceronte-negro-ocidental. A espécie foi declarada extinta. A culpa é de seu maior (e quase único) predador: o ser humano.
Mais imagens da ‘Jornada do Rinoceronte’, exposição de Hiller, podem ser vistas aqui. O fotógrafo mantém, também, uma página com seus diários de viagem e uma conta no Instagram. Está preparando um livro com as fotos da jornada, com previsão de ser publicado ainda este ano.
Este texto foi publicado na CH 327. Clique aqui para acessar uma versão parcial da revista e ler outros artigos.

Cássio Leite Vieira
Instituto Ciência Hoje/ RJ